O restaurante Drogaria, em Lisboa, reabriu com novos sabores, da autoria do chef Daniel Sousa, que assume a chefia da cozinha. O seu percurso internacional, técnica e dedicação surgem numa carta repleta de novidades para a estação.

Na divisa entre a Lapa e a Pampulha, o Drogaria é uma proposta num espaço intimista, oriundo da vontade do proprietário Paulo Aguiar em voltar ao bairro onde cresceu e da sua paixão pela gastronomia. “A comida sempre foi uma paixão. Queria trazer um pouco da minha Lisboa para a mesa, mas de uma forma mais jovial e com sabores contemporâneos que retratem a atualidade da cidade, mas também a sua essência”, afirma o proprietário.

O projeto apresenta este mês uma nova carta focada em sabores nacionais. De norte a sul, e passando pelas ilhas, Daniel Sousa traz interpretações de pratos da cultura gastronómica portuguesa, assente em ingredientes de qualidade sazonais, como as guiozas de cozido à portuguesa, as bruschettas de sardinha curada com pão de massa mãe da Gleba, o carapau alimado com gaspacho alentejano, o prato açoriano “Caldo do Pico” com açafroa e muitos aromáticos, o magret de pato, além de outras opções vegetarianas e vegan. Para terminar, a tarte de framboesa que se assume como a sobremesa mais emblemática, assim como as várias texturas do chocolate no 3 x Chocolate, e, ainda, a tigelada com meloa, uma homenagem às Beiras, onde tanto o chef como o proprietário nasceram.

O chef, beirão de nascença, mas internacional de vivência, formou-se na Escola de Hotelaria e Turismo do Fundão e iniciou o seu trabalho nos restaurantes Grande Real Villa Itália Hotel em Cascais e no Villa Joya (1* Michelin) no Algarve, mas cedo começou a viajar pela Europa e Ásia. Passou pela Alain Ducasse Culinary School e por restaurantes como o ABaC em Barcelona (1*), Fortaleza do Guincho (1*) e o Restaurante Pedro Lemos (1*), decidindo então rumar a Macau para trabalhar em restaurantes como o Restaurante António e o conceituado Robuchon Au Domme, com 3 estrelas Michelin. Daniel absorveu culturas, estilos e técnicas de variadas origens. Voltou então a Portugal, mais especificamente ao Azor Hotel nos Açores, e daí seguiu para Vila Monte Farm House em Olhão, onde trabalhou com ingredientes e produtos da Ria Formosa.

Agora no restaurante Drogaria, traz as suas influências e técnicas para unir a sua base de cozinha tipicamente portuguesa com a sua forte ligação à técnica francesa e às inspirações do oriente.

Drogaria

“Identifiquei-me com a essência deste projeto. Tanto eu como o Paulo viajámos e sentimos verdadeiramente saudades de Portugal. Aqui, voltamos ao local, ao bairro, trazendo ideias e sabores de proximidade e apostando numa relação próxima com os nossos clientes. Somos a favor dos produtos locais e da época. Gostamos do mar, das hortas e dos mercados. Dos pequenos produtores, dos lojistas, dos vizinhos e das visitas”, refere Daniel Sousa, chef executivo do restaurante Drogaria.

Inspirado nas vivências da sua infância no bairro onde cresceu, Paulo Aguiar foi buscar todas as memórias para transformar a drogaria do Sr. Albino, no que é hoje o seu restaurante de “sonho”. Preocupado em honrar a origem deste espaço, manteve detalhes arquitetónicos e decorativos que relembram o passado e contam a história do espaço e do próprio bairro.